O julgamento contra a mineradora australiana BHP pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015 no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, chegou ao fim nesta quinta-feira (13) no Tribunal Supremo de Londres. A decisão final deve ser anunciada em alguns meses, com 630 mil pessoas afetadas reivindicando indenizações.
A juíza Finola O'Farrell, responsável pelo processo, afirmou que emitiria uma sentença "o mais breve possível". O caso, que tramitou por quase cinco meses na justiça britânica, é considerado um dos maiores processos judiciais ambientais da história.
Prefeito de Mariana acompanha julgamento e expressa esperança por justiça
O prefeito de Mariana, Juliano Duarte, esteve presente na última sessão do julgamento, acompanhado de três vítimas que lutam por justiça para os atingidos pela tragédia. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele manifestou confiança em uma decisão favorável.
"Estamos muito confiantes com uma decisão para que as pessoas, de fato, o município de Mariana, tenham uma reparação justa e todos os atingidos, direta e indiretamente", declarou o prefeito.
Juliano destacou que cerca de 15 mil pessoas de Mariana, além de quase 100 empresas, estão entre os reclamantes do processo. Ele também ressaltou a importância de uma repactuação justa para a melhoria da qualidade de vida da população.
"Esperamos que no meio do ano já venha uma decisão contra a empresa BHP, favorável às mais de 15 mil pessoas de Mariana que estão com processos aqui, às quase 100 empresas também, e também ao município de Mariana, que busca por uma repactuação justa", afirmou.
Um dos maiores desastres ambientais do Brasil
O rompimento da barragem de Fundão, controlada pela Samarco (joint venture entre a BHP e a Vale), resultou na morte de 19 pessoas e na destruição de comunidades inteiras. A lama tóxica percorreu o Rio Doce até chegar ao litoral do Espírito Santo, causando impactos ambientais e econômicos devastadores.
A BHP enfrenta acusações de negligência e falta de medidas preventivas adequadas. A empresa nega responsabilidade direta pelo desastre e tem contestado as alegações na justiça britânica.
Agora, com o fim do julgamento, as esperanças dos atingidos estão voltadas para a decisão judicial, que pode definir o futuro das indenizações e da reparação pelos danos causados.