A Samarco utilizou mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso gerado no Complexo de Germano, em Mariana (MG), nas obras de descaracterização da Barragem do Germano e do Vale do Fundão, entre janeiro e outubro deste ano. O aproveitamento representa mais de 55% do total de material produzido, ajudando a tornar o processo de desativação da barragem mais sustentável, além de contribuir para o aumento da vida útil das atuais estruturas de disposição, como a Pilha de Disposição de Estéril e Rejeito (PDER) Alegria Sul.
Segundo o gerente-geral de Execução de Projetos, Eduardo Moreira, o rejeito arenoso apresenta as características necessárias para ser utilizado com segurança nas obras. “Trata-se de um material homogêneo, o que facilita o seu manuseio, e suas características geotécnicas atendem às premissas e critérios do projeto. Com essa utilização, damos uma destinação eficiente para o material e evitamos a compra e o transporte de novos insumos, como areia e pedra. São diversos ganhos em aspectos de circularidade e sustentabilidade”, explica.
O rejeito arenoso é utilizado em uma etapa do processo de descaracterização que elimina o acúmulo de água dentro do reservatório da barragem. Ele serve como material base para correção do greide topográfico, ou seja, ajuda a direcionar o fluxo de água para o sistema de drenagem, facilitando, assim, a eliminação do excesso de água. Além disso, ele também é utilizado no reforço das estruturas. As obras de descaracterização da Barragem do Germano estão em estágio avançado, com 87,3% das intervenções concluídas.
A Samarco também aplicou essa estratégia de aproveitamento de rejeito arenoso na descaracterização da Cava do Germano, concluída em julho do ano passado, antes do prazo previsto. A iniciativa está alinhada ao conceito de circularidade, buscando que os materiais sejam continuamente reutilizados, reduzindo o desperdício e aproveitando ao máximo os recursos disponíveis. Para os próximos anos, a expectativa é continuar utilizando grande parte do rejeito arenoso nas obras de descaracterização da barragem e na proteção de outras estruturas do Complexo de Germano.
Especialista em Inovação da Samarco, Marcos Gomes Vieira, destaca que a empresa está desenvolvendo outros projetos para ampliar o uso do rejeito arenoso, incluindo sua aplicação como matéria-prima na fabricação de concreto, e para aproveitamento do rejeito ultrafino (lama) em pavimentações ecológicas. “Além de dar destinações alternativas para o rejeito, estamos trabalhando com melhorias nos processos que aumentam a eficiência das plantas de beneficiamento e ajudam a reduzir a geração de rejeitos”, complementa Vieira.
Para a coordenadora de Sustentabilidade da Samarco, Denise Peixoto, além dos resultados técnicos e ambientais significativos, a pesquisa e desenvolvimento no aproveitamento dos rejeitos e sua aplicação nas iniciativas mencionadas ainda tem impactos sociais positivos locais.
“A redução da necessidade do consumo de novos recursos otimiza a logística minimizando o volume de tráfego de grande porte na região. E reforça o compromisso da empresa, especialmente com as comunidades vizinhas e municípios mineradores, em garantir a destinação adequada e aumentar formas de valorização do rejeito com investimento em inovação e incentivo à economia circular, como sua integração em outras cadeias produtivas e atividades do negócio”, destacou.
O aproveitamento de rejeitos é ainda uma oportunidade de contribuir para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à indústria, inovação e produção sustentável.