Festa Junina do CAPS promove reintegração social e fortalecimento dos laços comunitários em Mariana


09/07/2025 às 15h05

 

Na manhã dessa quarta-feira (9), a tradicional Festa Junina do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Mariana se destacou como um evento de reintegração social, reunindo pacientes, familiares e convidados em uma celebração repleta de música, comidas típicas e danças. A festa, que aconteceu na Rua do Aleijadinho, foi marcada por um grande envolvimento da comunidade local, promovendo a interação entre pacientes de todas as unidades do CAPS e a população em geral.

 

 

A Rua do Aleijadinho foi interditada para o evento, que visou não apenas a diversão, mas também o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. O coordenador do CAPS, Jesse Cata Preta, psicólogo que acompanha de perto as atividades, compartilhou com entusiasmo o impacto da festa na promoção da convivência social. "Esse é o nosso objetivo final: trazer o paciente para a convivência com a sociedade, fazer com que ele ocupe o espaço público e interaja com a população. É uma oportunidade importante para que os pacientes se apropriem desses espaços, como qualquer outro cidadão", explicou Jesse.

 

 

O evento, organizado pelo CAPS em parceria com a Prefeitura de Mariana, foi aberto ao público e teve como um dos principais focos a promoção da inclusão social e o acolhimento dos pacientes. Segundo o coordenador, a relação entre pacientes e a sociedade é fundamental no tratamento terapêutico, e eventos como este desempenham um papel essencial no processo de reintegração. "O contato com a rua e com a população faz parte do tratamento que buscamos priorizar. Estamos muito felizes com a participação e a energia positiva desse evento", afirmou.

 

 

O CAPS de Mariana é composto por três unidades: o CAPS Infantojuvenil, o CAPS Álcool e Drogas e o CAPS Adulto. Juntas, as unidades atendem cerca de 3 a 4 mil pessoas por mês, com um total de mais de 30 mil prontuários registrados, refletindo a grande abrangência do trabalho realizado. Embora esses números mostrem a quantidade de pessoas atendidas, Jesse destaca que o trabalho do CAPS ainda não recebe toda a visibilidade necessária: "É um trabalho imenso, que muitas vezes é pouco divulgado, mas estamos sempre aqui para acolher e apoiar quem precisa."

 

 

O acolhimento no CAPS ocorre por meio de um processo denominado "portas abertas", onde qualquer pessoa pode ser atendida para uma avaliação inicial, independente da sua condição. "O CAPS está à disposição da população. A primeira etapa é o acolhimento, onde fazemos uma avaliação e, a partir disso, decidimos se a pessoa precisa de acompanhamento direto conosco ou se podemos encaminhá-la para outro serviço especializado", explicou Jesse.

 

Apesar dos avanços, o preconceito em relação ao CAPS ainda persiste. Jesse enfatiza que, embora a percepção da comunidade tenha melhorado ao longo dos anos, ainda há muito trabalho a ser feito para que o local seja visto como um espaço acolhedor e acessível a todos. "Felizmente, o preconceito diminuiu, mas ainda temos um longo caminho pela frente.

O CAPS deve ser entendido como um lugar onde qualquer um pode buscar ajuda, sem julgamentos", conclui.

 

O evento não apenas proporcionou um dia de diversão e celebração, mas também serviu como um lembrete da importância da inclusão e do respeito às pessoas em tratamento. O CAPS continua sua missão de promover a saúde mental e a reintegração social, oferecendo acolhimento e suporte para aqueles que necessitam de cuidados especializados.

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