Juliano Duarte exige maior compromisso social da Samarco para enfrentar impactos da mineração em Mariana

Foto: Raissa Alvarenga

Prefeito eleito destaca impactos da mineração na saúde, educação e custo de vida, e exige que a empresa amplie parcerias para garantir melhorias estruturais e qualidade de vida para os moradores.

18/12/2024 às 09h08

 

Na última segunda-feira, 16 de dezembro, a Samarco alcançou mais um marco em seu processo de recuperação operacional ao lançar o Concentrador 2, na mina do Germano, em Mariana, elevando sua produção a 60% da capacidade total. Durante o evento, Juliano Duarte, prefeito eleito de Mariana, destacou em entrevista ao Território Notícias os desafios enfrentados pelo município diante do impacto socioeconômico gerado pela retomada da mineradora, além de discutir planos futuros para mitigar os efeitos dessa expansão e reparação do acidente de 2015 promovendo melhorias estruturais na cidade.

 

Reparação dos danos e projetos em andamento

Questionado sobre as tratativas com a Samarco no contexto da substituição da Fundação Renova e da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem do Fundão, Duarte reforçou que a continuidade dos projetos é uma prioridade para a gestão municipal.

 "Com a assinatura da repactuação do Brasil, todos os projetos estão em andamento", afirmou. No entanto, o prefeito eleito também ressaltou a importância da Samarco assumir sua responsabilidade social e investir em projetos que beneficiem a comunidade.

 

Impacto da população flutuante no município

Outro ponto de preocupação é o aumento da população flutuante, formada pelos trabalhadores que chegam à cidade para atuar na mineradora. Duarte apontou os desafios relacionados à infraestrutura urbana, ao custo de vida e ao acesso a serviços públicos:

“O impacto é enorme. Com o aumento do número de trabalhadores chegando a Mariana, a população local está sendo empurrada para as periferias e até para distritos fora da cidade. Isso tem causado sobrecarga nos sistemas de saúde e educação, com custos que dispararam. Por isso, é crucial que a Samarco cumpra suas obrigações sociais,” destacou o prefeito eleito.

 

Projetos prioritários para parceria com a Samarco

Duarte anunciou que sua administração buscará parcerias com a Samarco para implementar projetos estruturais que beneficiem a população marianense. Entre os principais, estão:

  1. Mobilidade urbana: A execução do projeto da alça viária para auxiliar no trânsito local e facilitar o acesso a novas áreas urbanas.
  2. Abastecimento de água: Investimentos na melhoria da distribuição e abastecimento de água, garantindo segurança hídrica para a população.
  3. Expansão urbana: Abertura de novos bairros planejados, absorvendo o crescimento populacional sem comprometer a qualidade de vida.

“A Samarco causa impactos significativos no município, e esperamos que ela seja parceira para solucionar problemas que afetam diretamente a nossa população,” afirmou Duarte. 

 

Aumento da arrecadação e planejamento social

Com o aumento na produção da Samarco e a criação de 3.000 empregos diretos, a arrecadação de Mariana tende a crescer, mas o prefeito eleito enfatiza que o planejamento social deve acompanhar esse progresso econômico. “Essas pessoas vão utilizar o sistema de saúde, educação e outros serviços municipais. Precisamos discutir com a Samarco para definir as responsabilidades sociais, evitando que os custos recaiam sobre a população,” explicou.

 

Expectativas e compromisso com o desenvolvimento

Por fim, Juliano Duarte demonstrou otimismo com o potencial das parcerias entre o município e a mineradora para promover o desenvolvimento sustentável em Mariana: “A Samarco precisa estar ao lado da comunidade, cumprindo seu papel social e investindo em projetos que realmente melhorem a qualidade de vida da nossa população.”

 

Segundo o diretor presidente da Samarco Rodrigo Vilela, o lançamento do Concentrador 2 marca um novo capítulo na recuperação da Samarco e no relacionamento entre a empresa e a cidade de Mariana. No entanto, desafios relacionados à reparação de danos, infraestrutura e impactos sociais reforçam a necessidade de um diálogo contínuo e construtivo para garantir que o progresso econômico também seja acompanhado de justiça social e equilíbrio ambiental.

 


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