A Samarco concluiu mais uma etapa de sua retomada operacional nesta segunda-feira (16) com a reativação do Concentrador 2 e a implementação de uma nova planta de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano, em Mariana (MG). O evento, que marca o aumento de 60% na capacidade produtiva da empresa, contou com a presença do diretor-presidente da Samarco, Rodrigo Vilela, representantes da PHP e Vale, além de autoridades locais e estaduais.
Com esses investimentos, a Samarco dobra sua capacidade produtiva e prevê alcançar 15 milhões de toneladas de pelotas e finos de minério até 2025, o dobro do volume produzido no início da retomada, em 2020. Em agosto deste ano, a empresa já havia reativado uma das usinas de pelotização no Complexo de Ubu, no Espírito Santo, como parte do plano de investimentos que soma R$ 1,6 bilhão.
Acionamento do Concentrador 2 f pelo prefeito de Ouro Preto Angelo Oswaldo e Carla Wilson - presidente do Conselho de Administração da Samarco e diretora de projetos de Joint Ventures não Operadas da BHP e secretária adjunta da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Kathleen Garcia (foto: TerritórioPress/Roberto Verona)
"O ano de 2024 marca a consolidação da nossa estratégia de retomada operacional e da sustentabilidade do negócio. A ampliação da capacidade produtiva reposiciona a Samarco entre os principais players do mercado transoceânico de pelotas de minério de ferro", afirmou Rodrigo Vilela.
Foto: TerritórioPress/Roberto Verona
O próximo passo da Samarco será alcançar 100% de sua capacidade produtiva instalada até 2028. O projeto inclui a reativação do Concentrador 1, no Complexo de Germano, e das Usinas de Pelotização 1 e 2, em Ubu (ES), além da construção de mais uma planta de filtragem em Mariana.
O equipamento que foi acionado. Foto: TerritórioPress/Roberto Verona
Impactos em Mariana e medidas mitigadoras
Em coletiva de imprensa, Vilela reconheceu o impacto da mão de obra flutuante na comunidade e afirmou o compromisso da empresa em reduzir esse número. A Samarco planeja finalizar projetos como o reassentamento de Bento Rodrigues e Paracatu, aumentar a contratação de mão de obra local qualificada e implementar políticas que restrinjam a entrada de veículos no centro histórico de Mariana.
"Um dos principais passos para reduzir a mão de obra flutuante é a finalização de projetos como o reassentamento de Bento Rodrigues e Paracatu", disse Vilela. "Além disso, a Samarco planeja aumentar a contratação de mão de obra qualificada e não flutuante, com uma expectativa de que até 2025 haja uma redução visível."
Rodrigo Vilela Fala Sobre monitoramento e impacto nas comunidades
Ainda na coletiva de imprensa, Rodrigo Vilela abordou a importância do monitoramento contínuo das comunidades afetadas pelas operações da Samarco. Ele destacou que a empresa tem um processo rigoroso para acompanhar as condições de vida das pessoas que habitam as repúblicas e casas contratadas, tanto de seus colaboradores diretos quanto de terceiros.
"Hoje, nós sabemos quem vive, onde vive e como estão. Temos um processo de monitoramento contínuo e de inspeção local," afirmou Vilela. Ele enfatizou a necessidade de manter essa vigilância de forma extremamente rígida, reconhecendo o impacto significativo que a mão de obra flutuante pode ter nas comunidades locais.
Vilela concluiu ressaltando a consciência da empresa sobre a importância de mitigar esses impactos, reafirmando o compromisso da Samarco com a responsabilidade social e o bem-estar das comunidades envolvidas.
Responsabilidade e compromisso com a reparação
Rodrigo Vilela também aproveitou a ocasião para pedir desculpas e mencionar a tragédia de novembro de 2015. Ele afirmou que a Samarco está ciente do impacto que o acidente causou e que a empresa está comprometida em reparar os danos. "Reconhecemos a gravidade da situação e a reparação é uma responsabilidade que assumimos com seriedade", declarou Vilela. "Estamos trabalhando para garantir que a reparação seja justa e definitiva."
Repactuação e processo em Londres
Vilela também abordou a repactuação, afirmando que a Samarco está à frente das atividades de reparação desde a assinatura do novo acordo, comprometendo-se com indenizações, reassentamentos e reflorestamento.
Sobre o processo na Inglaterra, Vilela expressou a esperança de que as prefeituras adiram ao acordo brasileiro, encerrando o processo contra a BHP em Londres.
Transição das obrigações da Fundação Renova
O diretor-presidente da Samarco mencionou a transição das obrigações da Fundação Renova para a Samarco, destacando que a empresa possui 11 áreas dedicadas ao processo. A transição envolve a transferência de responsabilidades para o governo e para a Samarco, incluindo indenização, reassentamento e a gestão ambiental. Vilela enfatizou que a transição deve ser finalizada até outubro de 2025.
Impacto no trânsito de Mariana
Vilela discutiu a necessidade de implementar políticas que restrinjam a entrada de veículos no centro histórico de Mariana, buscando mitigar o impacto da mão de obra flutuante no trânsito local. Ele defendeu a colaboração com a prefeitura para a criação de políticas de restrição de veículos e a implementação de estacionamentos fora do centro da cidade.