A Samarco planeja iniciar 2025 operando com 60% de sua capacidade produtiva anterior à tragédia de Mariana, ocorrida em 2015. Atualmente, a mineradora opera com apenas 30% de sua capacidade instalada, mas está investindo em infraestrutura e novas tecnologias para alcançar a meta.
Uma programação especial de lançamento está marcada para 16 de dezembro de 2024, quando ocorrerá a reativação da Usina de Concentração 2 e a conclusão da extensão da planta de filtragem a seco na Mina do Germano. Esses avanços serão determinantes para o aumento da produção e a consolidação da Samarco no mercado internacional.
Tecnologia para maior segurança ambiental
A nova tecnologia de filtragem permitirá que 80% dos rejeitos sejam armazenados a seco, eliminando a lama que marcou tragédias como Mariana e Brumadinho. Embora o método seja mais seguro que o uso de barragens, especialistas alertam para a necessidade de monitoramento constante da umidade das pilhas para evitar deslizamentos.
Os 20% restantes dos rejeitos serão destinados a uma cava previamente utilizada para extração de minério. Essa abordagem é parte do esforço da Samarco para alinhar suas operações às demandas ambientais e sociais pós-desastre.
Exportação e demanda por minério de qualidade
A Samarco segue focada na produção de pelotas de minério de ferro, transformadas na usina de Anchieta (ES) e exportadas principalmente para Europa e Oriente Médio. Esse minério de alta qualidade é essencial para siderurgias que buscam reduzir a pegada de carbono na fabricação do aço, atendendo à crescente demanda por soluções sustentáveis.
Para suprir sua produção, a mineradora tem adquirido minério já concentrado, com teor acima de 65%, de outras empresas de Minas Gerais, reforçando sua presença no mercado internacional.
Impactos em Mariana
Desde o desastre de 2015, Mariana tem experimentado um aumento expressivo na população. Segundo o prefeito Celso Cota, a cidade conta hoje com uma população flutuante de 35 mil pessoas, enquanto a fixa é de 61 mil, conforme o IBGE.
“O número de atendimentos diários na saúde básica triplicou, passando de 400 para 1.200. Além disso, cerca de 5.000 famílias vivem em áreas irregulares, resultado do crescimento populacional e da busca por oportunidades na região”, explicou o prefeito numa coletiva ocorrida em novembro útimo.
O retorno da Samarco é aguardado com otimismo, mas também impõe desafios à gestão municipal, que precisa lidar com demandas por infraestrutura, habitação e serviços públicos.
Próximos passos
A Samarco pretende consolidar sua recuperação judicial e reafirmar sua posição no mercado global de minério de ferro. A aposta na inovação tecnológica e no aumento da produção é vista como essencial para garantir operações mais seguras e sustentáveis.
