A Justiça de Minas Gerais ordenou que a restauração da Capela Nossa Senhora das Mercês, nas ruinas do distrito de Bento Rodrigues, comece em 30 dias. Esta capela, um patrimônio do século XVIII, é uma das poucas edificações que resistiu à tragédia do rompimento da barragem em 2015. Hoje, ela mostra sinais claros de desgaste: madeira apodrecendo, paredes deformadas e infiltrações. Acredita-se que esses danos sejam consequência do desastre da barragem.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Mariana interpôs o recurso contra decisão de primeira instância, em Mariana que havia indeferido o pedido, argumentando “que o mau estado da Capela das Mercês decorre exclusivamente do rompimento da barragem do Fundão, pois, além dos tremores de terra provocados pelo impacto da lama e outros impactos da força destrutiva do rejeito, a capela se encontra isolada em decorrência do trágico rompimento, impedindo a comunidade de dar manutenção como vinha fazendo há séculos”.. A responsabilidade recai sobre Samarco, Vale, BHP Billiton do Brasil e Fundação Renova. As obras devem seguir diretrizes aprovadas por órgãos de patrimônio de Minas Gerais e da prefeitura de Mariana . Diante disso, a Justiça revisou sua decisão e, caso a ordem não seja cumprida, estipulou uma multa diária de R$ 50 mil.
A Samarco e a Fundação Renova informaram que ainda não foram notificadas oficialmente e vão se pronunciar no devido tempo.