Quais segredos estão guardados nos detalhes das obras de artes? Quem tem a resposta para essa pergunta é livro “Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses” (2023), da jornalista cachoeirense, Thalia Gonçalves. Publicado em maio pela Editora UFOP, da Universidade Federal de Ouro Preto, por meio do Edital Comemorativo dos 50 anos da instituição, a obra retrata a história de cinco artistas de Cachoeira do Brumado, distrito de Mariana (MG).
Capa do livro: Fernanda Fidélis/Divulgação
Por meio de perfis jornalísticos, os leitores são convidados a conhecerem as histórias de Cassiana Ferreira Nunes, pioneira na arte de tecer os tapetes de piteira, hoje feitos de sisal; Artur Pereira, precursor das esculturas em madeira na comunidade e renomado artista popular; Adão de Lourdes Cassiano, escultor cachoeirense e que foi incentivado por Artur Pereira; Mário Ramos Eleutério, artesão das panelas de pedra e ex-tropeiro; e, Geraldo José Teixeira, produtor de panelas de pedra mais idoso ainda em atividade na comunidade.
Em uma narrativa que reúne afetos e memórias, a jornalista se propôs a escrever sobre como as vidas e as artes dos artesãos perfilados se entrelaçaram e se entrelaçam em relações afetivas, culturais e de trabalho, passando por diferentes épocas e modos de viver. Escrito em 2019 e apresentado à graduação de Jornalismo da UFOP, como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Thalia explica que a motivação para o livro surgiu devido às suas inquietações em relação à preservação da memória do distrito.
“Por ser cachoeirense, acompanho de perto as mudanças e tensões da comunidade, dentre elas, a preocupação sobre não termos muitos registros que abordem as diversas narrativas locais, majoritariamente, contadas de forma oral. Por isso, por muito tempo, me questionei como essas histórias seriam contadas às futuras gerações, mas também como poderia contribuir nesse aspecto. Desses questionamentos surgiu a ideia de produzir um livro de perfis”, afirma.
Segundo a jornalista, um dos motivos pelo livro abordar o artesanato é devido à Cachoeira do Brumado ser um distrito conhecido nacionalmente pela prática artesanal, especialmente, as panelas de pedra-sabão, os tapetes de sisal e as esculturas em madeira. “Para além do significado atribuído ao artesanato junto à vida e ao cotidiano cachoeirenses, parte dos meus questionamentos eram (e são) sobre o passado, o presente e, especialmente, o futuro desse saber-fazer artesanal”, detalha.
Com prefácio escrito pela da professora Drª. Tamires Coêlho, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e capa por Fernanda Fidélis, o livro está disponível on-line, em formato e-book, no site da Editora UFOP. Conforme a autora, a expectativa é que ainda este ano ela consiga providenciar a impressão do livro.
Sobre a obra
“Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses” (2023) narra, por meio de perfis jornalísticos, as histórias de cinco artesãos do distrito marianense de Cachoeira do Brumado (MG). São eles: Cassiana Ferreira Nunes, Artur Pereira, Adão de Lourdes Cassiano, Mário Ramos Eleutério e Geraldo José Teixeira. Ainda, cada perfil é acompanhado por um texto onde conto os meus afetos e memórias experimentados durante a produção deste livro.
Sobre a autora
Thalia Gonçalves é jornalista graduada pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Em 2019, seu perfil “O tropeiro que tinha medo de ser esquecido” venceu, na XXVI Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom), o prêmio de melhor produto na modalidade Jornalismo Literário e/ou de Opinião na região Sudeste. Em 2020, seu poema “Tecendo histórias, tapetes e afetos” obteve o 2º lugar no Edital de literatura da Lei Aldir Blanc da Prefeitura Municipal de Mariana.
Foto :: Maria Santos/Divulgação
Sobre Cachoeira do Brumado
Famoso pela queda d’água que nomeia o local e pelo seu artesanato, principalmente em pedra-sabão, Cachoeira do Brumado é um distrito do município de Mariana (MG) localizado a 27 km da sede. A região surgiu nos primórdios do século XVIII quando, em 1703, João Pedroso chegou à localidade em busca de ouro para ser extraído no rio Brumado.
Serviço:
Publicação do livro “Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses”
Conheça a obra em: www.editora.ufop.br/index.php/editora/catalog/book/188
Outras informações e/ou solicitações de entrevista pelo e-mail: [email protected]