Caixão “baleia” e cova pequena causam constrangimento em sepultamento em Ponte Nova

Caixão ficou horas sob o sol

Corpo ficou quase 2h exposto ao sol enquanto cemitério buscava jazigo maior, entenda o caso

16/02/2023 às 21h35

“Humilhação” foi o sentimento dos familiares de Diego Rodrigues Rosa durante o sepultamento do rapaz, de 33 anos, nessa quarta-feira (15). O velório e sepultamento aconteceram no Cemitério Mirante da Paz, em Ponte Nova (zona da mata). Eles contam que o jazigo preparado para enterrar o corpo de Diego era menor do que o tamanho da urna, fazendo com que o caixão ficasse exposto quase 2h sob o sol até que transferissem o sepultamento para outro local.

Segundo o boletim de ocorrência, Diego morreu por causa de um acidente de carro. A família explica que o constrangimento começou às 14h, horário previsto para o sepultamento. O jazigo preparado para enterrar o corpo de Diego era menor do que a urna em que ele estava. 

Ainda no boletim de ocorrência, a família explica que o corpo de Diego deveria ter sido acomodado em um caixão para pessoas de até 150kg. Porém, a funerária não tinha nenhuma urna do tipo. E decidiu preparar o corpo em uma urna maior, para pessoas de até 250kg. Esse tipo de urna é conhecido como “caixão baleia” entre funerárias e cemitérios. 

Ao perceberem que o caixão era maior que a sepultura, os funcionários do cemitério começaram a fazer tentativas para sepultar o corpo. O pai relata que foram três. 

Em uma delas, os funcionários do cemitério começaram a retirar pedaços da urna para que ela entrasse no espaço preparado. Em outra, a tampa do caixão se desprendeu. A família reclama que o caixão ficou quase 2h sob o sol perto do túmulo, aguardando uma solução para o local do sepultamento. 

O tio de Diego, Sidnei José Rodrigues, estava indignado. Ele relatou que a família pagou cerca de R$20 mil pelo jazigo, além de ter contratado um plano funerário do Grupo Zelo há 15 anos. “O enterro dele era para ser às 14h, mas já era quase 17h quando conseguiram arrumar um lugar que coubesse o caixão dele”, desabafou o tio. 

Sidney também explicou que o cemitério não tinha pessoas suficientes para carregar a urna de Diego. “Só tinha dois [funcionários] lá. Tivemos que ajudar a descer o caixão. Tivemos que tirar da van, colocar no chão até que viram que não ia caber, depois, tiramos do chão de novo e colocamos na van para levá-lo para cima para arrumar um outro lugar”, conta.

O tio conta que, quando o local do sepultamento finalmente foi definido, a urna estava sem alças e os familiares tiveram que auxiliar novamente no sepultamento. Por fim, Diego foi sepultado em outro local, que não era o jazigo comprado pela família. "É um descaso", concluiu Sidnei.

A Itatiaia entrou em contato com a equipe responsável pela comunicação do Cemitério Mirante da Paz, mas não teve retorno até a publicação da matéria. A equipe também entrou em contato com o Grupo Zelo, que enviou a nota abaixo, reproduzida na íntegra:

O Grupo Zelo informa que foi responsável exclusivamente pela preparação do corpo, da urna em tamanho especial e a organização do velório do Sr. Diego Rodrigues Rosa, nesta quarta-feira (15), em Ponte Nova. Os serviços foram realizados em conformidade com os padrões da empresa e seguiram todos os processos de logística, documentação e comunicação necessários para este tipo de caso. A empresa lamenta o ocorrido se coloca à disposição da família para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Por Ana Luisa Sales/ Itatiaia

(Sob supervisão de Maria Fernanda Cinini e Marina Borges)


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