Após cumprirem trabalho de colheita e plantio de cana-de-açúcar no município de Veríssimo, no Triângulo Mineiro, 20 homens, de São Luiz (MA), foram deixados em posto de combustíveis, na BR-050, em Uberaba, no final da manhã dessa segunda-feira (25/4) com a promessa de que seriam levados de volta ao estado de origem por volta das 18h30. No entanto, o suposto ônibus não apareceu e, além disso, os trabalhadores não tiveram nenhum retorno.
Por volta das 21h de ontem, a Polícia Militar (PM) foi acionada e registrou a ocorrência. Os trabalhadores foram levados para o Albergue Municipal pela Ronda Social da Prefeitura de Uberaba.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Trabalho foram acionados para apurar e verificar quais foram os trabalhadores que realizaram o serviço em Veríssimo, quem foi o contratante e para quem eles prestaram o serviço.
A reportagem entrou em contato com PF de Uberaba, mas ainda não obteve os esclarecimentos sobre o caso.
Segundo informações do advogado do grupo, Marcio Antonio Belarmino, repassadas ao registro da PM, os trabalhadores chegaram ao posto de Uberaba, por volta de 11h, com a promessa de que um outro ônibus chegaria para levá-los para São Luiz (MA).
A confirmação teria sido dada pelo motorista do ônibus que os deixou no posto.
Ainda de acordo com Belarmino, o motorista alegou que precisaria retirar uma peça do motor para levá-la em uma oficina mecânica. Por causa disso, ele orientou que os trabalhadores aguardassem a chegada do outro ônibus, que chegaria por volta das 18h30.
Conforme relato dos trabalhadores à PM de Uberaba, eles foram deixados esperando o ônibus sem alimentação e resolveram pedir ajuda no posto, onde acionaram a imprensa local para denunciar as condições do ocorrido.
Além disso, eles disseram à PM que outros trabalhadores, que ainda permaneciam na cidade de Veríssimo, estão em condições de trabalho análoga à escravidão.
No registro da PM também consta que o condutor do ônibus, quando estava retornando ao local, percebeu a presença da imprensa e saiu correndo para rumo ignorado.
O ônibus, que teve a peça retirada, foi encaminhado para pátio conveniado ao Detran e foi denunciado como veículo utilizado para o transporte de trabalhadores em situação análoga à de escravos.