UNESCO no Brasil e Fundação Renova assinam parceria


08/07/2019 às 09h41

Entre as ações do projeto estão a promoção do desenvolvimento sustentável de comunidades de Mariana e de outros 38 municípios atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão, além do monitoramento da água do Rio Doce e de seus afluentes de acordo com padrões internacionais.

A Fundação Renova e a Representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) assinaram ontem, 04/07/2019, o projeto de cooperação técnica internacional “Construção da paz e do diálogo para o desenvolvimento sustentável das regiões atingidas pela barragem de Fundão: fortalecendo a capacidade institucional e de implementação de ações da Fundação Renova”. A assinatura aconteceu às 10h30, no escritório da UNESCO no Brasil, em Brasília.

Com duração prevista de três anos, o projeto tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável – social, ambiental e econômico – das regiões atingidas pelo rompimento de Fundão, barragem de rejeito de minério localizada no município de Mariana (MG), ocorrido no dia 05/11/2015.

A falta de água potável, a perda de casas, empresas, animais e plantações, bem como a suspensão da pesca, estão entre os principais danos diretos causados ao longo dos 670 quilômetros do rio Doce e seus afluentes até́ alcançarem o mar. Ao todo, 39 municípios foram impactados.

“É com grande satisfação que a UNESCO no Brasil firma esse acordo de cooperação técnica internacional com a Fundação Renova. Entendemos que os desafios relacionados à reparação da tragédia de Mariana envolvem um arranjo no qual a UNESCO, com seu quadro técnico multidisciplinar, pode aportar experiências e buscar soluções relevantes e inovadoras. Pelo nosso mandato transversal em assuntos ligados ao patrimônio cultural, à gestão de recursos hídricos e aos direitos humanos, buscaremos contribuir com as ações já em curso promovidas pela Fundação Renova”, destaca a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.

O Diretor-Presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, afirma que “a parceria com a UNESCO representa o fortalecimento de uma rede voltada para a reparação e contribuição para o desenvolvimento futuro da bacia do Rio Doce. A Fundação Renova tem o papel de mobilizar diversas organizações e a comunidade para esse desafio, trabalhando em conjunto para que as soluções e resultados sejam muito mais potentes. Nesse sentido, a UNESCO representa um manancial de conhecimento imenso, que vai além do componente científico e material, mas que também traz para a agenda da reparação uma abordagem do lado humano, da cultura, da história e das memórias."

A Fundação Renova tem a responsabilidade de implementar e sistematizar ações estratégicas em programas de reparação e compensação – voltados para as comunidades atingidas pelo desastre – aos danos humanos, materiais e ambientais causados pelo evento.  Essa tarefa reveste-se de ampla complexidade dadas a extensão territorial e a dimensão da tragédia. O volume de rejeitos, o caminho que percorreu e as diferentes maneiras em que se espalhou tornaram-se um desafio complexo, sem precedentes em termos de escala, tempo e conhecimento.

Soluções para esse contexto complexo exigem amplo arranjo institucional envolvendo o poder público, a sociedade civil, o setor privado e as comunidades atingidas. Nesse sentido, a cooperação com a UNESCO no Brasil busca ampliar a capacidade institucional e de gestão da Fundação na realização de ações e programas já em curso com foco na construção da cultura de paz e do diálogo, por meio da educação, das ciências e da cultura. Trata-se, portanto, de um projeto que envolve três diferentes áreas de mandato da UNESCO – ciências humanas e sociais, cultura e ciências naturais – na busca por soluções integradas para os problemas vividos pelas populações atingidas pelo rompimento da barragem.

O projeto envolve ações com vistas a:

  • apoiar o desenvolvimento e o fortalecimento institucional da Fundação Renova;
  • fomentar o desenvolvimento sustentável da região com base no respeito aos direitos humanos;
  • monitorar a água do Rio Doce de forma participativa e com padrões internacionais;
  • promover a gestão integrada dos recursos hídricos e dos ecossistemas terrestres, aquáticos e costeiros.

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