Primeira Igreja Batista de Curitiba acolhe 29 refugiados de guerra ucranianos


Ação é da Primeira Igreja Batista de Curitiba, no bairro Batel. Os ucranianos ficarão hospedados em casa de retiro em Guarapuava

22/03/2022 às 21h52

A Primeira Igreja Batista de Curitiba (PIB) recebeu na tarde desta sexta-feira (18) sete famílias ucranianas que deixaram o país do Leste europeu em função da invasão do exército russo. São 29 pessoas, sendo dez mulheres, dois homens e 17 crianças, que desembarcaram nesta manhã em São Paulo e seguiram de ônibus para a capital do Paraná.

Visivelmente cansados e transtornados pela longa viagem, mas em boas condições de saúde, os refugiados foram recepcionados por volta das 16h30 por representantes da igreja, da comunidade ucraniana, pelo governador Ratinho Jr. e o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel. A imprensa não pôde conversar com eles.

As famílias, formadas principalmente por professores e oriunda de diversas regiões da Ucrânia, serão alojadas em um hotel no Batel e, neste domingo (20), serão levadas para uma casa de retiros em Guarapuava, no região central do estado, onde devem permanecer cerca de uma semana. Os dois homens adultos puderam deixar a Ucrânia por serem pais de mais de três

Nos próximos dias, alguns refugiados serão levados a Prudentópolis, cidade de 52 mil habitantes, dos quais 75% são descendentes de ucranianos. O governo do Paraná se ativou para encontrar um terreno no município, já a construção das moradias vai ficar a cargo da igreja. A ação foi feita pela Associação Batista de Ação Social de Curitiba.

“Eles estão no Brasil porque quiseram vir para o Brasil, porque leram [sobre o Brasil]. Aqui não tem nenhum analfabeto, é tudo um pessoal de ótimo nível. Eles devem ter pesquisado e visto que somos o melhor país do mundo e resolveram vir”, afirmou o pastor Elias Dantas, que recepcionou os refugiados na chegada em São Paulo e os acompanhou até Curitiba.

As famílias ingressaram no Brasil com o visto humanitário na condição de refugiados. De acordo com o pastor, após o fim do conflito, elas vão decidir se retornar ao país de origem ou se permanecer no Brasil. Por enquanto, a igreja vai se encarregar de dar moradia e sustento para elas.

“Essa é uma igreja de classe média, então vai ter que alugar uma casa de classe média para eles, educação para os filhos, aula de português para os adultos, comida enquanto durar essa guerra”, explicou Dantas.

Neste sábado (19) os ucranianos farão um passeio por Curitiba e no domingo seguirão para Guarapuava. Todas as despesas serão cobertas pela ação social da PIB. No domingo (20), às 11h, as famílias participarão da missa. A orquestra da igreja vai tocar o hino da Ucrânia e crianças entregarão presentes para as famílias acolhidas.

A ação de acolhimento dos refugiados no país faz parte de um plano de ação da organização Global Kingdom Partnership Network (GKPN), que reúne várias igrejas pelo mundo. Em Curitiba, a Primeira Igreja Batista (PIB) de Curitiba, por meio da Associação Batista de Ação Social (ABASC), recebe as famílias nesse primeiro momento e fornece hospedagem e alimentação.

“Temos uma rede de igrejas trabalhando no mundo todo para que isso aconteça, na Europa, na fronteira (da Ucrânia) e nesse trabalho de recepção”, disse o pastor Paschoal Priagine Jr, da PIB. As células da igreja (grupos de estudos bíblico com reuniões semanais) estão se mobilizando para arrecadar materiais de higiene e alimentos.

O plano de contingência da organização GKPN prevê o acolhimento e integração das famílias nos países de refúgio. A primeira fase foi alistar igrejas e ONGs cristãs na angariação de recursos financeiros e humanos para ajudar nas ações de socorro e de emergência em foco na Ucrânia. A segunda fase, que está em andamento, é a retirada de refugiados, nas fronteiras com a Ucrânia e em todo o
mundo através das igrejas locais parceiras.

A terceira fase é a reunificação das famílias no próprio país de origem. A ideia é que os refugiados espalhados pelo mundo sejam repatriados. Se optarem por ficar definitivamente no país anfitrião, o encontro com suas famílias no país de origem será facilitado. Na quarta fase do plano as famílias serão ajudadas a recuperar a estabilidade nas suas casas e cidades. Caso decidam ficar no novo país, a igreja ajudará a legalizar seu novo estatuto, encontrar emprego e moradia.

*Com colaboração de Andrea Torrente

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